História da humanidade está escrita nestas estantes
Quando bem incluídas em roteiros de viagem, as bibliotecas podem ser uma boa forma de mergulhar na cultura daquele destino. Não apenas por causa dos livros ali guardados: muitas vezes, os próprios edifícios são testemunhos da história local. Confira algumas das bibliotecas mais bonitas do mundo a seguir:
1. Biblioteca Nacional – República Tcheca
Localizada dentro do Klementinum, um complexo histórico no centro de Praga, a biblioteca é chamada de pérola barroca por alguns e guarda aproximadamente 20 mil livros, a maioria sobre teologia. De pé desde 1722, o espaço foi utilizado por uma das maiores universidades jesuítas do mundo, o que fica ainda mais claro quando se observa os afrescos pintados no teto, que contam com imagens de santos e anjos. É possível conhecer o local virtualmente por aqui.
Os passeios guiados em tcheco ou em inglês acontecem de sexta a domingo. A entrada dá direito a ler os volumes da biblioteca. (Foto: Klementinum/Divulgação)
2. Biblioteca da Abadia de São Galo – Suíça
Documentos oficiais mostram que a biblioteca foi erguida junto com a Abadia de São Galo durante o século 8, mas o espaço passou por uma repaginada completa na metade dos anos 1700, quando traços do rococó invadiram as estantes, tetos e paredes. O espaço guarda mais de 160 mil obras, algumas disponíveis para consulta do público, e também expõe edições manuscritas e impressas de livros com mais de 700 anos.
O tour guiado pela abadia e suas dependências acontece diariamente e tem duração de 45 minutos. No entanto, é possível consultar os volumes disponíveis na biblioteca gratuitamente de segunda a sexta-feira. (Foto: Biblioteca da Abadia de São Galo/Reprodução)
3. Biblioteca e Museu Morgan – Estados Unidos
Escondido na ilha de Manhattan, a cinco minutos do Empire State, o complexo sedia apresentações teatrais, abriga obras de arte e também possui uma biblioteca com edições originais dos trabalhos de Edgar Allan Poe, Charles Dickens e Shakespeare, sem falar dos manuscritos da idade média, das partituras de Beethoven e das três Bíblias de Gutenberg. Das quatro áreas destinadas aos livros, as que merecem mais destaque são a Sala Leste, que conta com três andares de prateleiras e afrescos no teto que representam os signos do zodíaco, e a Sala Oeste, toda revestida com seda vermelha.
Os ingressos para visita podem ser adquiridos no site (Foto: Morgan Library & Museum/Reprodução)
4. Biblioteca Municipal de Stuttgart – Alemanha
A três horas de carro de Munique, a Biblioteca Municipal de Stuttgart é de um minimalismo que enche os olhos dos apaixonados por arquitetura. Inaugurada há dez anos, seus nove andares remetem a uma pirâmide invertida e guardam mais de 500 mil mídias, que são divididas entre livros, jornais, quadros, DVDs, CDs e mais.
As visitas à biblioteca acontecem através de tours guiados. Para utilizar as suas dependências, porém, é preciso pagar uma taxa mensal e ter residência na Alemanha. (Foto: KMA/Unsplash/Reprodução)
5. Bibliotheca Alexandrina – Egito
A Biblioteca de Alexandria que conhecemos dos livros de história já não existe mais. As causas que levaram ao fim de um dos maiores centros de produção de conhecimento da Antiguidade ainda estão sendo discutidas pelos especialistas, mas tudo indica que uma parte considerável da coleção foi acidentalmente queimada por Júlio César em 48 a.C. Dessa forma, o prédio de granito que vemos hoje na cidade egípcia de Alexandria, na beira do Mar Mediterrâneo, é apenas uma homenagem à antiga biblioteca. Ladeada por um espelho d’água, a construção é coberta de hieróglifos feitos por artistas locais e guarda 500 mil obras impressas. Lá dentro também há museus, galerias de arte, planetário e um laboratório dedicado à restauração e preservação de manuscritos antigos.
É possível conhecer o local através de um tour guiado, que dá direito a folhear o acervo. (Foto: Shivani Singh/Wikimedia Commons)
6. Biblioteca Nacional – França
Quando foi fundada em 1300, a Biblioteca Nacional da França ficava dentro do Louvre, que, na época, ainda era um palácio real. Hoje, o acervo de mais de dez milhões de títulos está dividido em cinco estabelecimentos diferentes de Paris. O mais impressionantes deles é o abobadado Edifício Richelieu, que fica na própria Rue de Richelieu, no Quartier Vivienne.
A biblioteca do Edifício Richelieu abre de segunda a sábado, das 9h às 20h. (Foto: Adelphilos/Wikimedia Commons)
7. Real Gabinete Português de Leitura – Brasil
Um dos maiores tesouros portugueses no Brasil fica em um local não tão convidativo do centro do Rio de Janeiro, a um pulo do metrô Tiradentes. O local pode até passar despercebido andando pela Rua Luís de Camões, mas é só avistar a pequena fila que se forma na porta principal para saber que se trata do Real Gabinete. Erguido em 1887 no estilo manuelino, sua fachada apresenta esculturas de ícones lusitanos e suas estantes abrigam mais de 350 mil obras, que compõem o maior acervo de obras portuguesas fora de Portugal. Ainda estão expostas ali obras raras de Luís de Camões, além de centenas de cartas de escritores renomados.
A biblioteca funciona de segunda a sexta-feira, das 10 às 16 horas. (Foto: Instagram/ Reprodução)
8. Biblioteca Rampur Raza – Índia
Considerada uma das bibliotecas mais importantes do sul da Ásia, a Rampur Raza foi fundada em 1774 e abriga algumas das obras mais preciosas de diferentes escritores, pintores, calígrafos e músicos asiáticos. O colossal complexo foi construído no estilo indo-sarracena, com elementos arquitetônicos que vêm das tradições hindu, gótico vitoriano e islâmico. Em suas prateleiras estão 17 mil manuscritos em árabe, persa, hindi e línguas turcas, bem como uma coleção de cerca de 60 mil livros em várias línguas indianas e estrangeiras.
A biblioteca abre de sábado a quinta, das 10h às 17h. A entrada e o acesso ao acervo são gratuitos. (Foto: Rampur Raza Library/Reprodução)
9. Biblioteca de Tianjin – China
Com estantes que vão do chão ao teto, a Biblioteca de Tianjin, a 100 km de Pequim, parece mais um cenário de um filme de ficção científica do que um espaço para leitores. Com um acervo de mais de um milhão de obras, mas com capacidade para o dobro disso, a construção se destaca pela sua esfera central, chamada de “O Olho”, que abriga um auditório onde acontecem apresentações teatrais e musicais.
Aberta diariamente. Não é necessário adquirir ingresso para conferir o acervo, apenas para assistir as apresentações no auditório. (Foto: Nolan Monaghan/Unsplash/Reprodução)
10. Biblioteca Estadual da Austrália do Sul
Mesmo não sendo a maior do país (este título vai para a Biblioteca Estadual de New South Wales), a Biblioteca Estadual da Austrália do Sul possui a maior coleção de manuscritos datados da pré-colonização europeia no país. Seu acervo fica dividido em três edifícios anexados no centro cultural de Adelaide, sendo que o que mais se destaca visualmente é o prédio Mortlock, erguido no estilo vitoriano no século 19.
O acervo pode ser acessado gratuitamente de segunda a sábado, das 10h às 17h. Também ocorrem tours gratuitos por todas as alas da biblioteca durante os dias da semana, das 11h às 14h. (Foto: Jonwestra/Wikimedia Commons)
Fonte: Viagem e Turismo, por Gustavo Kolonko