Funk Slam – Quebrada Consciente acontece no próximo sábado
No dia 11 de setembro, às 18h, o Centro Cultural da Juventude recebe o campeonato Funk Slam – Quebrada Consciente. O evento se desenrola como num campeonato de funk, com inscrições prévias para quem quiser participar, respeitando as limitações de público em decorrência da pandemia.
Cada MC terá até três minutos para cantar uma música autoral com acompanhamento musical – regras emprestadas do Slam Poetry, ou poesia falada. Além disso, o regulamento propõe que cada participante apresente três músicas da própria autoria. A competição contará, ainda, com uma equipe de intérpretes em Libras para tornar o evento mais acessível.
Criado a partir de múltiplas tentativas de acolhimento da expressão artística independente de diversas linguagens, o Funk Slam surge como uma parceria entre o Coletivo Pilares e Jimin Produções. A ideia é movimentar a pluralidade da expressão artística dissidente, independente e periférica. Assim, a atividade será tocada por pessoas negras e indígenas, que integram desde a equipe de comunicação até a direção executiva do evento.
Uma das produtoras do campeonato, a slammer Patrícia Jimin, do Jimin Produções, conta que o evento surgiu de uma inquietação em unir as linguagens do Funk e do Slam, que não se cruzavam: “desde que comecei a batalhar no Slam, percebi a grande participação dos MC’s de Rap nas batalhas de poesia, mas, dentre todos os slammers que conheço, apenas um é funkeiro. Ainda assim, não utiliza suas letras, talvez por entender que o Slam demanda outro tipo de discurso”.
A elaboração do campeonato, apesar de suas particularidades, não apresentou nenhuma grande dificuldade por seguir o formato dos Slams tradicionais espalhados pelo Brasil, com a adaptação de duas regras a mais – cantar com acompanhamento musical e rimar em cima de um beat reto, com o BPM (velocidade) de escolha do MC. “O objetivo principal do Funk Slam é conseguir realizar o objetivo dos moleques das quebradas: conscientizar, transformar e dar vida”, disse Patrícia.
Assim, a presença de uma equipe composta por negros e indígenas não vem por acaso – a produtora afirma que, desde que começou a trabalhar com produção cultural, tem priorizado trabalhar com artistas negros e indígenas, remunerando sua equipe de maneira justa. “No caso do Funk Slam, entro com uma equipe reduzida por questões orçamentárias. Sempre foi importante remunerar minimamente bem a equipe que me acompanha”, conta.