Aluno da AEL, João Vitor compartilha detalhes das histórias por meio de áudios
Curiosidade e determinação. Esses foram os sentimentos que o aluno João Vitor Perez Andretta, da EMEF Presidente Kennedy, na Vila Formosa, teve ao pensar em uma iniciativa diferente para praticar a leitura durante o período de aulas remotas e incentivar os colegas a também conhecerem novas histórias e lerem mais.
Por meio de áudio no grupo de troca de mensagens da turma, em que eles falam sobre as tarefas e outras atividades, o garoto passou a enviar resumos dos capítulos dos livros da saga Harry Potter, que conta a história de um menino em uma escola de bruxos.
“Eu queria que eles também pudessem conhecer os livros, por isso decidi enviar os áudios contando sobre os capítulos. Alguns até já conheciam a história, mas ouviram e também gostaram da minha forma de contar”, disse João, que também faz parte da Academia Estudantil de Letras (AEL) da escola.
Para a professora Katia Rosti, que leciona na sala de leitura da EMEF onde João está matriculado, a ideia do aluno surpreendeu pela simplicidade, mas ao mesmo tempo pela forma como gerou conexão entre as outras crianças. “Ele não estava se interessando pelas leituras simples, queria ir além, buscou os livros que ele tinha afinidade e acabou levando os colegas junto”, conta ela.
Até agora, João conta já ter lido mais de 70 livros e se aventura, inclusive, nos que ainda nem foram traduzidos, como Survival Logbook. “Esse é um em inglês e que tem alguns enigmas, então ainda existe esse desafio. Mas eu vou lendo devagar, o que importa é não deixar de lado”.
Academia Estudantil de Letras
O projeto, que é desenvolvido nas unidades da rede municipal desde 2015, une o currículo com iniciativas das próprias escolas. Nessa dinâmica, os estudantes escolhem autores da literatura para serem seus “amigos literários”, realizam pesquisas, seminários e compartilham o aprendizado com os colegas. Durante a pandemia, as atividades tem acontecido principalmente de forma online, mas com o retorno das aulas presenciais, cada escola tem se organizado de acordo com a disponibilidade dos alunos.
A participação é organizada em três ciclos: Alfabetização, Interdisciplinar e Autoral. Com o tempo, os mais experientes vão assumindo a titularidade das cadeiras pretendidas, assim como na Academia Brasileira de Letras “original”. Enquanto isso, os mais novos também são estimulados, nas mediações literárias, a assumirem seus postos quando as cadeiras forem ficando disponíveis.
Além dos encontros no projeto, os alunos participam também de eventos culturais, solenidades de fundação de novas Academias, festas anuais de posse e mostras de criação artística.