Garoto brasileiro é o mais jovem a descobrir asteroide no mundo
Publicação: 11/02/2022

Miro Latansio Tsai, de São Paulo, foi homenageado pela Nasa

Um garoto brasileiro de cinco anos de idade foi reconhecido como a pessoa mais jovem do mundo a identificar um asteroide. No total, já foram 15 desses corpos celestes que o menino descobriu e que já foram confirmados pela Nasa (Agência Espacial Americana).

Natural de São Paulo, Miro Latansio Tsai sempre se interessou por assuntos relacionados a astronomia e ciência. “Eu sempre gostei de ciência, astronomia e planetas: Marte, Júpiter, Saturno, Sol, Mercúrio”, diz o pequeno, que logo depois se corrige e afirma que, na realidade, o Sol é uma estrela.

Segundo Carla Latansio, advogada e mãe de Miro, o interesse do garoto por astronomia é visível desde que ele era ainda menor.

Quatro pessoas, sendo três homens adultos e uma criança no colo, olham para a foto no momento de ser tirada

Miro ganha reconhecimento por caçar asteroides. Da esquerda para direita: Marcos Pontes, ministro da Ciência, Miro Latansio Tsai, que ganhou os prêmios, Jack Tsai, pai do Miro, e Patrick Miller, membro da Iasc (Foto: Reprodução)

“Com dois anos ele sabia o nome de todos os planetas do sistema solar. Na primeira visita que fizemos ao Museu Catavento, em São Paulo, na entrada tinham todos os planetas na parede e ele foi passando e apontando os dedinhos e falando os nomes de todos”, exemplifica.

A curiosidade da criança por astronomia chamou a atenção dos pais e um dia, durante a quarentena por causa da pandemia de Covid-19, Latansio viu um anúncio de um projeto para caçar asteroides, uma iniciativa internacional chamada oficialmente de Iasc (Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica, na tradução do inglês).

O projeto de caça de asteroides é coordenado pela Nasa e conta com a participação de outras instituições ao redor do mundo —no Brasil, o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) é o responsável pelo engajamento da comunidade local para a participação no projeto e recentemente premiou a estudante Verena Paccola por ter descoberto um asteroide raro.

A mãe de Miro imaginou que seria interessante inscrever o garoto no projeto de caça a asteroides. Rapidamente, contam, ele já entendia como manusear o programa de computador que é utilizado para analisar imagens disponibilizadas pela Nasa. Foi por meio dessas fotos e desse programa que Miro conseguiu identificar 15 asteroides entre os meses de outubro e novembro de 2021.

A realização do menino fez com que ele fosse convidado para a 18º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, onde recebeu um certificado de mérito do MCTI por ter descoberto os 15 asteroides. Naquele momento, recebeu também outro certificado da Iasc e da Nasa também por suas descobertas.

Miro disse ter ficado orgulhoso por receber o reconhecimento.

Com esses resultados, sua mãe teve a ideia de uma iniciativa em que o garoto ajudasse outras crianças a caçar asteroides. O projeto foi chamado de “Clubinho do Miro” e lá são compartilhadas informações sobre astronomia e caça de asteroides.

“Eu abri o meu clube de astronomia porque os meus amigos gostaram tanto de ver minha medalha, então eu abri um clubinho para ensinar eles (sic)”, afirma o garoto.

Réplica do xEMU, traje de astronauta que vestirá a primeira mulher e o próximo homem a irem para a Lua (Foto: Reprodução/ Divulgação – Mostra ‘Futuro Espacial’)

Para o futuro, Miro pretende continuar caçando asteroides pelo mesmo projeto do Iasc, mas também está envolvidos em dois outros programas: “Imagens do Céu Profundo”, do MCTI em parceria com outras organizações, dentre elas o Iasc; e o Globe, voltado para monitoramento do clima global e coordenado pela Nasa.

O interesse de Miro pela caça aos asteroides tem uma explicação: ele acredita que descobrir os asteroides pode ser uma forma de preservar o nosso planeta. Para identificar o potencial risco de um corpo celeste se chocar contra a Terra, é necessário estudar melhor sua órbita, algo que no momento está sendo feito com os 15 asteroides que Miro descobriu.

“A Nasa precisa que outras pessoas enxerguem esses asteroides para confirmar a órbita deles”, afirma Latansio.

Mesmo assim, Miro já está feliz com o que descobriu no último ano. “Sempre que eu puder ajudar as pessoas a proteger o planeta Terra, eu vou fazer isso.”

Fonte: Folha de São Paulo

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