Nove temas de redação que são apostas para o Enem 2021
Publicação: 23/09/2021

Evasão escolar e mobilidade urbana são algumas das especulações de professores

Como em todo o ano, as especulações sobre o tema da proposta de redação do Enem já começaram. O Guia do Estudante conversou com os professores de Redação e Português Thiago Braga, do Sistema de Ensino pHVanessa Bottasso, da Oficina do EstudanteFelipe Leal, do Curso Anglo e a equipe do Colégio Poliedro de São José dos Campos. A partir das análises dos especialistas foram elencados oito possíveis discussões que podem ser tema de redação no Enem 2021.

Apesar de serem “apostas”, os temas são levantados a partir de relevância e atualidade, sempre levando em consideração as características dos exames, a exemplo de anos anteriores. Por isso também indicamos aqui alguns conteúdos para se aprofundar nas temáticas indicadas pelos especialistas. Confira!

Saneamento básico

Saneamento básico já era uma temática indicada por professores no ano passado e continua com bastante relevância para o Enem 2021. Principalmente, após a aprovação do Novo Marco do Saneamento Básico em 2020, que trouxe à tona a defasagem da rede de atendimento a esse direito social.

No Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, quase metade da população (47% ou quase 100 milhões de pessoas) não têm esgotamento sanitário e cerca de 35 milhões não têm água potável. Um dos principais debates em relação ao problema é se a privatização é uma saída viável ou não.

Para entender a temática e estar preparado para discorrer sobre ela, o GUIA fez um panorama: o que é, o que a lei garante, quem é responsável pelo serviço e quais enfoques podem ser tomados na sua análise. Confira aqui.

Evasão escolar

Desde o levantamento do GUIA em 2019, o problema da evasão escolar é uma aposta para a redação. O Brasil tem a terceira maior taxa de evasão escolar do mundo — são dois milhões de crianças e adolescentes fora da escola. Não há grandes melhorias nesse campo há anos, e, com a pandemia e a crise econômica, a situação se agravou.

Para se aprofundar no tema e conferir números sobre o problema, confira um conteúdo sobre a elevação nas taxas de evasão escolar dos alunos, especialmente, dos jovens e daqueles em situação de maior vulnerabilidade, no pós-pandemia.

Mobilidade urbana

Mobilidade urbana é um assunto que não sai de pauta, especialmente para países como o Brasil que têm cidades altamente motorizadas e entre as mais congestionadas do mundo. Entre os problemas estão a precarização do transporte público, a falta de planejamento urbano e as difíceis soluções de financiamento, que afetam diversos direitos dos cidadãos, como o de ir e vir e de acesso à cultura e ao lazer.

Além disso, há um debate interessante sobre economia de baixo uso de combustíveis fósseis, com a possibilidade de adoção de transporte alternativo, como veículos elétricos ou híbridos.

O tema, inclusive, foi abordado no podcast Atualidades, fruto de uma parceria do Guia do Estudante com o Curso Anglo. Confira o episódio aqui. E também há um texto de apoio sobre o desafio da mobilidade urbana no Brasil.

Educação financeira

O tema virou uma forte aposta, principalmente, após ser incluído na reforma do ensino médio. Muito se debate sobre a escola não preparar os jovens para o aspecto financeiro da vida cidadã. O exame pode tratar então sobre consumismo e o alto índice de endividamento no país, por exemplo.

Com a implementação do Novo Ensino Médio, que deve acontecer integralmente até 2022, a Educação Financeira deve ser abordada transversalmente no programa de todas as faixas etárias em assuntos como taxa de juros, inflação, impostos e aplicações financeiras.

Educação socioemocional

Outro ponto que ganhou mais visibilidade com o Novo Ensino Médio é a educação socioemocional. Já em aplicação em escolas brasileiras, trata de lidar com habilidades que vão além do conteúdo tradicional, como o autoconhecimento, comunicação não-violenta, empatia e tomada responsável de decisão. Ela pode ser ferramenta interessante no combate ao bullying e à evasão escolar.

Violência doméstica

Como mostra a pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, a pandemia tornou o lar um ambiente ainda mais hostil para mulheres. Mais de uma em cada três mulheres, entre 16 e 24 anos, relatam terem vivido algum tipo de violência. Entre as mulheres pretas mais de 28% delas relataram que sofreram agressões.

No ano passado, foi sancionada a lei que assegura o pleno funcionamento, durante a pandemia, de órgãos de atendimento emergencial a mulheres, crianças, adolescentes, pessoas idosas e cidadãos com deficiência vítimas de violência doméstica ou familiar. Diante da relevância e atualidade é um dos temas relacionados a pandemia e a segurança pública que podem aparecer no exame.

Internet

Os professores entrevistados pelo GUIA indicaram três aspectos relacionados à internet que podem ser discutidos na proposta do Enem.

Democratização do acesso à internet: a conexão ao mundo virtual significa entrar em contato com uma gama infinita de informações e, principalmente no contexto atual, é uma das maneiras de garantir a liberdade de expressão, por isso, privar o cidadão de se conectar, é privá-lo de mais de um direito fundamental.

Efeitos da superexposição aos recursos digitais e à internet: houve um aumento do tempo de exposição a telas de dispositivos e recursos digitais interativos durante a pandemia, que pode trazer efeitos duradouros.

Cyberbullying: já existe uma lei contra o bullying no espaço virtual, mas é preciso falar sobre as consequências, como o aumento de número de casos de depressão, ansiedade e suicídio entre os jovens. É um tema que vem sendo aposta para o Enem há algum tempo por professores também.

Fonte: Guia do Estudante, por Juliana Morales

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