Anhangabaú e Cidade Tiradentes recebem jogos e instalações
A interatividade entre as pessoas nos mundos digital e real é investigada pela mostra PLAY!, que convidou artistas para criar obras de game arte que brincassem com a noção de metaverso.
O resultado desse trabalho pode ser conferido em uma tela instalada no Vale do Anhangabaú até o dia 30 de janeiro, das 14h às 20h, e em uma intervenção na pista de skate do CEU Inácio Monteiro, nas noites dos dias 29 e 30, das 19h às 22h30. E o melhor: todas as atrações são de graça.
Para comparecer aos eventos, não se esqueça de levar o seu passaporte de vacinação. Sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais.
Mas, o que é metaverso?
Promessa de um futuro bem mais próximo do que você imagina, os metaversos são novos espaços digitais de socialização e coordenação da ação humana, criados a partir da combinação entre as realidades aumentada e virtual, além de outras tecnologias.
É uma espécie de mundo digital – ainda em desenvolvimento –, onde as pessoas poderiam se divertir, trabalhar, ganhar dinheiro e interagir umas com as outras de modo cada vez mais real (e com experiências sensoriais cada vez mais fiéis), entre várias outras possibilidades.
Obra “Vice-Verso” é inspirada na ficção científica “Snow Crash”, de Neal Stephenson (Foto: Koral Alvarenga/ Divulgação/ Tropi Press)
Esse conceito tem se tornado cada vez mais popular entre as pessoas, empresas e pesquisadores nos últimos anos. E as discussões sobre ele ficaram ainda mais pulsantes depois que Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, anunciou que sua companhia passaria a se chamar Meta, apontando para os novos caminhos das redes sociais.
Mas esse termo “metarverso” não é novo! Ele foi usado pela primeira vez em 1992, no livro de ficção científica “Snow Crash”, do norte-americano Neal Stephenson, no qual os seres humanos interagem uns com os outros no universo digital, por meio de avatares.
Game arte no Vale do Anhangabaú
De volta à nossa programação, a mostra PLAY! disponibiliza três game artes bem interativos, feitos por VJs, ilustradores e programadores. A ideia é entreter quem passa pelo Vale do Anhangabaú e provocar uma série de reflexões.
“Aya e seu lindo black power” trata de ancestralidade, cabelo crespo e empoderamento das pessoas pretas! (Foto: Bia Ferrer/ Divulgação/ Tropi Press)
Em “Aya e Seu Lindo Black Power”, você precisa plantar na cabeça da personagem as sementes ancestrais que representam sonhos e podar os pesadelos. A obra discute o afeto, a ancestralidade e a beleza do cabelo crespo.
Desenvolvido pelo estúdio de afro games Sue The Real, o jogo usa uma tecnologia chamada Leapmotion, na qual um sensor interpreta os movimentos das mãos dos jogadores, sem que haja qualquer contato físico.
Uma releitura do clássico “Pong” do Atari pode ser conferida no game “PixelPong”, de Ricardo Palmieri. Nesse tênis de mesa virtual, cada jogador controla, por meio da captura de movimento de seus corpos, uma barra para defender seu campo.
E a obra “Vice-Verso”, de Dimitre Lima e Koral Alvarenga, é uma espécie de filtro de imagem coletivo, que transforma os rostos das pessoas que passam a até 4 metros de distância da tela em uma versão virtual. A instalação é inspirada no livro de ficção “Snow Crash”.
Em “Vice-Verso” todo mundo tem o rosto modificado por um filtro coletivo (Foto: Bia Ferrer/ Divulgação/ Tropi Press)
PLAY! na Cidade Tiradentes
Já a pista de skate do CEU Inácio Monteiro recebe a instalação “Pista Pixel: SK8 Mapping na Cidade Tiradentes”, que mescla a imagem dos skatistas do local com uma projeção de arte em vídeo.
As artes da instalação foram criadas durante uma oficina dos artistas do Coletivo Coletores (Foto: Divulgação/ Tropi Press)
O conteúdo desse videomapping que interage com as manobras feitas pelos skatistas foi produzido ao longo de três workshops, ministrados pelos artistas do Coletivo Coletores para jovem de 12 a 18 anos.
Nas aulas, os participantes aprenderam técnicas de videomaker para skate, animação, VJing e video mapping. E essa foi uma iniciativa da mostra Play! em parceria com o projeto social Love CT.
Fonte: Catraca Livre